quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Bocejo é 'contagioso' em cachorros a partir de 7 meses de idade, diz estudo


Uma pesquisa da Universidade Lund, na Suécia, aponta que cachorros sofrem "contágio" com bocejos de humanos e os reproduzem à medida que ficam mais velhos, a partir dos sete meses de idade. O efeito não foi identificado em filhotes. O estudo foi publicado no periódico "Animal Cognition" e divulgado nesta terça-feira (23).

Os cães mostram tendência a serem suscetíveis ao bocejo humano (efeito chamado de "bocejo contagioso" pela pesquisa) quando se aproximam da fase adulta, dizem os cientistas. Eles expuseram 35 cachorros entre 4 e 14 meses de idade, sendo 22 machos e 13 fêmeas de diferentes raças, a pessoas desconhecidas e outras com quem possuem vínculos - o dono, por exemplo. No teste, os humanos simularam bocejos e fizeram gestos verdadeiros diante dos animais.

O vínculo emocional dos cães estudados com os humanos não afetou a força do "contágio", segundo a pesquisa. Apenas os cachorros com sete meses de idade ou mais tiveram o efeito de "assimilar" o bocejo.

Para os cientistas, o resultado mostra que os cães devem desenvolver uma capacidade maior de prestar atenção ao que ocorre à sua volta e a identificar estados emocionais em humanos, como o tédio ou a preguiça, à medida que envelhecem.

O "bocejo contagioso" não é apenas um sinal de cansaço, dizem os pesquisadores. Ele foi demonstrado em humanos, chimpanzés, babuínos e cachorros, e é possível que seja usado como uma demonstração de empatia, ao permitir que o animal imite as respostas dos outros à sua volta, de acordo com o estudo.

O fenômeno já foi identificado em crianças humanas, dizem os pesquisadores, mas é a primeira vez que ele é estudado em filhotes de animais de outras espécies.


(Foto: Wikimedia Commons/Divulgação)